PA | CANAÃ DOS CARAJÁS: TODOS NA LUTA

Desde início da década de 1980 que as populações do sudeste do Pará vêm enfrentando duras situações e seríssimos problemas causados pelo que chamamos de grandes projetos de interesse de grupos econômicos nacionais e internacionais, desde a construção da barragem de Tucuruí, implantação do projeto Carajás com a construção de rodovias, ferrovia, linhões de transmissão de energia, somados à violência de latifundiários grileiros contra camponeses e indígenas.

Em Canaã dos Carajás, desde o ano 2000, a empresa Vale vem desmontando a economia local e colocando a sociedade sob o seu domínio e dependente da mineração. Se apropriou em mais de 15.000 hectares de terras produtivas com produções, de arroz, feijão, milho, mandioca, banana, café, abacaxi, caju, acerola e outras culturas, bem como produção de leite, carne bovina, suína e de aves. Desmontou também, pequenas agroindústrias de transformação de produtos agrícolas, assim como a grande cooperativa de produtores que havia no município.

Criou vários outros transtornos para os camponeses com a interdição de estradas, destruição de vilas – Sossego, Serra Dourada e Racha Placa – , isolamento de famílias, cooptou os políticos e impôs a opressão sobre as famílias de camponês no entorno dos projetos Sossego e S11D, e do ramal ferroviário, com agressões morais e físicas através de seus guardas particulares.

As famílias de camponeses e operários, da vila Bom Jesus, na maioria expulsas da vila Sossego, imaginavam que com este refúgio poderiam continuar a vida sem perturbações. Mas a Vale os persegue. Empurra para os moradores inúmeros problemas sociais e ambientais com sua sequência de apropriação de terras, expulsão de camponeses, degradação da natureza e espoliação.

Agora com a expansão do projeto Sossego a empresa avança impiedosamente sobre a vila Bom Jesus e sobre as áreas de produção agrícola dos camponeses, como mostram os vídeos e fotos feitas por moradores nesta segunda feira, 23 de setembro, claros e objetivos em seus depoimentos.

Diante da situação, nós das Brigadas Populares entendemos que o problema não é só de camponeses e operários da vila Bom Jesus, mas sim de toda a sociedade de Canaã dos Carajás. Se os camponeses não produzirem o povo da cidade continuará comprando produtos importados, muito mais caro, submetidos a especulação dos donos de supermercados.

Nos posicionamos solidários aos camponeses, operários, professores e estudantes da vila Bom Jesus e a todos trabalhadores e trabalhadoras de Canaã em lutas pela terra, por moradia e em defesa de seus direitos. Só com lutas organizadas venceremos.

Brigadas Populares

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