Neste 05 de março completam-se dez anos da “desaparição física” de Hugo Chávez. A expressão utilizada pelos venezuelanos assinala que não há morte para aqueles que doam a vida pela revolução e pelas maiorias, e aponta para as cores próprias do marxismo em terras afro-indígenas como a América Latina.
Chávez é o maior revolucionário do século XXI até o momento. Sua audácia, convicção e inventividade recolocaram o socialismo na ordem do dia no início dos anos 2000, quando o neoliberalismo ainda contava seu aparente triunfo no “fim da história”. Pois, justamente em terras latino-americanas, onde a contrarrevolução mundial das finanças adquiriu os contornos mais draconianos, emergiu a mais tenaz resistência.
Forjado na indignação com a repressão às manifestações populares do Caracazo (1989) e liderando uma tentativa fracassada de levante antioligárquico no 4 de fevereiro de 1992, Chávez compreendeu que só um movimento de massas construiria a força necessária para a superação da estrutura excludente e autoritária imposta pelo capitalismo dependente e o imperialismo na Venezuela. O “socialismo do século XXI” que combina a subversão da institucionalidade liberal, com novas formas de organização política e econômica, como as comunas, foi, a partir de sua primeira vitória eleitoral em 1998, a ponta de lança para os chamados “governos progressistas” em nossa região.
A “pedagogia de massas” realizada pelo chavismo é uma das mais poderosas lições à esquerda mundial, demonstrando que a politização, organização e mobilização popular são os segredos da vitória e da manutenção de processos revolucionários mesmo nos momentos de cerco. O chavismo é a esquerda que não tem medo de dizer seu nome e não teme o poder. Pelo contrário, o dobra aos interesses dos trabalhadores, com organizações de base, reformas institucionais, nacionalizações, construção de meios de comunicação alternativos, diplomacia altiva.
A Revolução Bolivariana de Chávez é o marco zero da história latino-americana no século, movendo seus defensores e detratores. Demonstra que não é com moderações para agradar o inimigo, nem com uma “esquerda da ordem” que se ganha no tabuleiro da luta de classes. Há dez anos de sua “desaparição física”, o legado de Chávez pulsa em cada homem e mulher que se indigna perante à distopia capitalista e que se coloca na linha de frente por uma nova forma de humanidade.
“Chávez vive, la lucha sigue!”
“Hasta siempre Comandante!”
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